Apesar da pandemia, os jogos da NBA continuaram acontecendo. Graças ao investimento bilionário que a liga tem, foi criada uma bolha, na Disney, para que os tão esperados playoffs pudessem ser realizados.
Apesar de estarem em ‘outro mundo’, os jogadores não se desligaram de suas lutas sociais, protestando por justiça racial, e prestando mensagens fortes de apoio à comunidade negra mundial.
Muitos jogadores da NBA também são conhecidos por sua atuação social, principalmente com a crescente de movimentos como o Black Lives Matter. Apesar os protestos já serem recorrentes entre eles, com mais um caso de violência policial, se fez necessário que os mesmos tomassem medidas mais drásticas.
Boicote aos jogos na NBA
Desde de que Derek Chauvin, um policial branco, assassinou George Floyd, um segurança negro, durante uma abordagem, movimentos como o Black Lives Matter ganharam mais força do que já tinham em todo o mundo.
Ondas de protesto aconteceram em todo o globo. Nos Estados Unidos, por se tratar de um esporte onde a grande maioria dos jogadores são negros, o basquete acabou fortalecendo o movimento, dando maior vitrine as causas apontadas.
Se tornou comum ver imagens de jogadores como Jaylen Brown, do Boston Celtics e Russell Westbrook, do Houston Rockets, protestando a favor do movimento, dando maior evidência a importância do debate racial no país.
Porém, os casos de violência policial contra negros não pararam. Jacob Blake, negro, foi baleado pelas costas por um policial enquanto tentava separar uma briga entre mulheres.
O homem levou sete tiros enquanto estava desarmado e na frente dos filhos. Não chegou a morrer, porém, perdeu o movimento das pernas, e foi o suficiente para acender outro debate na bolha da NBA.
Cobrando justiça pelo caso, os jogadores do Milwaukee Bucks, de Giannis Antetokounmpo, decidiram boicotar a partida válida pelos playofss, contra o Orlando Magic. A equipe adversária não aceitou a vitória por W.O e também não entrou em quadra.
Após isso, muitas outras equipes decidiram boicotar os jogos da NBA, cobrando postura mais incisiva da organização no debate racial. Os jogos, até o momento, não tem previsão de retorno.
Equipes querem boicotar a temporada
Entendendo que a causa racial é mais importante que o esporte, jogadores dos Los Angeles Lakers e Clippers, em reunião realizada entre os mesmos, votaram pelo boicote do restante da temporada.
As outras equipes ainda querem a manutenção da temporada, o que acabou irritando LeBron James, maior nome do esporte mundial, que deixou a reunião logo após saber da postura das outras equipes.
Apesar disso, LeBron James e Kawhi Leonard, maiores nomes de Lakers e Clippers, decidiram ouvir a proposta das outras equipes. Ficou acordado que a temporada não irá parar, e que os protestos acontecerão durante as partidas.
Os jogadores entenderam que a NBA é uma vitrine muito grande para dar voz ao povo negro, por isso decidiram não paralisar a competição. Apesar da notícia de que a temporada irá continuar, ainda não se sabe em que data isso irá acontecer.
NBA emite nota e irrita atletas
Mesmo com LeBron James cobrando maior posicionamento dos donos da NBA quanto às lutas raciais, o perfil oficial da organização emitiu uma nota que desagradou completamente os jogadores.
Após saberem do boicote iniciado pelo Bucks, a organização da competição emitiu nota informando que as partidas iriam ser remarcadas, que sofreram um adiamento. A postura da NBA irritou os atletas.
LeBron James reagiu e postou, em seu Instagram, a mensagem “Boicote, não adiamento”, demonstrando a insatisfação com a NBA. Os jogadores querem um apoio mais significativo do que a mensagem ‘Black Lives Matter’ pintada em quadra.
Com o posicionamento político dos jogadores ganhando cada vez mais evidência mundial, personalidades como Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já se posicionaram contra, alegando que “As pessoas estão um pouco cansadas da NBA”, não demonstrando apoio aos protestos realizados.