Siripuch Gulnoi, atleta tailandesa do levantamento de peso, pode perder a medalha de bronze que conquistou na Olimpíada de Londres após ser gravada em um documentário admitindo que cometia doping constantemente.
A atleta foi abordada por jornalistas disfarçados de comerciantes e gravada com uma câmera escondida em uma academia onde trabalhava, na qual admitiu o crime, bem como denunciou uma série de práticas ilegais dentro da Tailândia.
Essas declarações foram feitas no documentário alemão “The King of Lifting”, responsável por expor a corrupção generalizada no esporte levantamento de peso em janeiro, e levou à renúncia do presidente da IWF, Tamas Agen, em abril.
Esquema de doping exposto na Tailândia
Durantes as filmagens para o longa-metragem, a atleta relatou que, na Tailândia, os praticantes de esportes costumam começar o processo de uso das substâncias ilícitas aos 13 anos para as competições nacionais, e que os responsáveis não se importavam com o seu impacto no organismo das meninas.
A medalhista olímpica disse que o doping é uma característica estabelecida do levantamento de peso no país, esporte este com mais medalhas de ouro do que qualquer outro na Tailândia. Ela também disse que a maioria dos medicamentos vem de outros países porque as substâncias asiáticas não têm qualidade.
Gulnoi havia conquistado o quarto lugar em 2012
Siripuch Gulnoi, de 27 anos, ficou em quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012. Todavia, ela ganhou a medalha de bronze com o seu nome anterior, Rattikan, porque a atleta ucraniana antes dela foi desclassificada por doping. A tailandesa não participa da competição desde 2017, mas ainda é ativa no esporte.
COI já discute a situação de Gulnoi há meses
O Comitê Olímpico Internacional (COI) começou a discutir as afirmações de Gulnoi em uma reunião da organização em junho. Apesar de afirmar que não tem jurisdição para organizar suas próprias investigações, ele disse que os resultados de outras investigações podem eventualmente afetar o desempenho dos atletas nas Olimpíadas.
Depois que o documentário foi transmitido, a IWF destacou que nove membros da equipe da Tailândia no Campeonato Mundial de 2018 alcançaram resultados positivos. A Tailândia foi proibida de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, suspendendo seus serviços até março de 2022.